Carlos Sousa (Cadu)
Carlos Sousa (Cadu)
SOBRE

Me chamo Carlos Eduardo, mais conhecido como Cadu. Tenho 23 anos, cearense, mas vim para o Rio com 1 ano de idade, desde então nunca mais voltei para o Ceará. Sou morador do Complexo do Alemão na Zona Norte do Rio. Por muito tempo me perguntei se eu realmente era um “fotógrafo” ou apenas só mais uma pessoa com uma câmera na mão, talvez esse pensamento seja algo rotineiro por eu ter crescido ouvindo que isso não é profissão ou que eu preciso arrumar um trabalho de verdade, deixando esse lance de fotografia cada vez mais distante. Meus registros visuais muitas das vezes são feitos a partir da minha curiosidade sobre a sociedade e o espaço onde vivem, sem a intenção de “desconstruir” por completo a fotografia, busco reproduzir aquilo que estou olhando/observando de uma forma que não seja tão comum ou igual quando olhamos a olho nú, brincando e experimentando dupla exposição e colagens com as fotos que faço. A arquitetura e cores das casas aqui do complexo também são coisas que me fascinam.

FORMAS DE CONTATO
TEXTO CURATORIAL
Há certa metafísica na narrativa fotográfica de Cadu Sousa, que olha para a arquitetura popular quando esta está desabitada, povoada apenas por emaranhados de fios que rasgam as verticais. Parece haver uma busca por si mesmo, deste olhar que constrói imagens equilibradas e tenta dar estabilidade ao que é instável e propõe simetria, nem que seja somente na sua composição visual. Uma imagética periférica que opõe a rigidez da estrutura arquitetônica à fragilidade do corpo humano, a aspereza do cimento à maciez da pele. As ausências preenchem as imagens criadas por Carlos Eduardo que, obviamente, estava presente com sua lente. Na busca do artista por si mesmo, o céu [de ponta cabeça] é o limite.

Por Estevão da Fontoura.
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