Meu nome é Arthur Viana, tenho 23 anos e sou cria do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Sempre tive a necessidade em me expressar, quem é esse corpo preto na cidade. Pra além disso, a idéia de não conseguir construir um legado em vida, me amedrontava na época. A fotografia surgiu na minha vida como ferramenta de reivindicar minha humanidade. Se penso, sinto e transmito emoções, esse corpo desumanizado talvez tenha uma alma. Aos poucos a idéia de construir um legado passou a ser irrelevante, mas foi aflorando o ideal de construir registros atemporais. O tempo passa, mas as fotografias são eternas.